CULTURA E
EXTENSÃO
FAUUSP

Mapografias de São Paulo – Jardim Gaivotas
Data inicial: 2023
Data final: 2024

Mapografias de São Paulo é um projeto de extensão universitária criado e desenvolvido pelo GeMAP-FAU (Grupo de Estudos Mapografias Urbanas) desde 2012, nos últimos seis anos foi aplicado nos territórios às margens da Represa Billings, Zona Sul de São Paulo. Atualmente estamos finalizando o projeto na Ilha do Bororé, realizamos com a comunidade escolar local o website “Bororé ao Mundo”. Para o período 2023/2024 fizemos parceria com a Associação Imargem, coletivo atuante nas escolas do Jardim Gaivota no Grajaú. Nesta parceria foi elaborado o projeto “Praça de Aulas”, contemplado com financiamento do CNPq por meio da Chamada CNPq/MCTI/FNDCT nº 39/2022 - Linha 3 - Divulgação científica e educação museal em espaços científicos e culturais.

Esta edição do projeto traz como motivação a necessidade de questionar os processos de divulgação científica no Brasil e o que pode ser estabelecido como um espaço científico-cultural nesse contexto. A elitização das instituições e dos espaços ditos formais é uma problemática importante de ser considerada quando se trata de difusão científica e cultural. A forma desigual como se difunde ciência e cultura no país, onde o seu acesso não abrange diversos territórios, em especial os espaços periféricos, se coloca como uma barreira que desconsidera uma série de expressões e identidades que podem abrir portas para inúmeras potencialidades no campo da ciência e da cultura. Nesse sendo, considera-se importante não só viabilizar o acesso da periferia a esses espaços e instuições formais, mas principalmente, promover a capilaridade da ciência e da cultura, fazendo com que estas adentrem os territórios populares e, para além disso, que sejam reconhecidas e valorizadas as formas de se promover e difundir ações científico-culturais dentro desses territórios. É dizer, acredita-se na chave "ciência e cultura" em um constante trânsito: de espaços institucionalizados para os territórios populares e dos territórios populares para espaços institucionalizados, como escolas e universidades. Nesse sendo, e conforme exposto no item anterior, a Associação Imargem acompanha o crescimento da região do Jardim Gaivotas desde 2006, promovendo ações educativas e difundindo ciência e cultura em diversas linguagens para a população. O resultado desta trajetória diretamente conectada com a cena artistica e cultural do Grajaú, é a formação de diversos jovens e a realização de projetos que fomentam vivências em arte e meio ambiente, sensibilizando a comunidade para as potências presentes em seu próprio território.

A região de desenvolvimento do projeto tem infraestrutura urbana com rápido crescimento desde o ano de 2018 e é neste momento de intensa transformação de seu potencial paisagístico que o Projeto da Praça de Aulas se apresenta em compromisso com os pilares educativos, ambientais e artísticos presentes no distrito do Grajaú.

Desta maneira, este projeto propõe a consolidação de um espaço já legitimado que é utilizado pelas instuições educativas da região, a fim de promover atividades de
formação científica e cultural no espaço público.

Desse modo, percebe-se, através do histórico da Associação Imargem mencionado anteriormente, um amplo e já consolidado potencial de ações científico-culturais gestadas e difundidas a partir de um território na periferia de São Paulo, expondo a capilaridade necessária da ciência e da cultura a partir desse contexto. A questão central deste projeto parte, portanto, da necessidade de difusão desse tipo de trabalho científico-cultural produzido pelas subjetividades presentes nos lugares que não são formalmente considerados, articulando-os a espaços científico-culturais convencionais.

Jorge Bassani
Orientação: